APCADEC - Dezembro 2013

Mensagem da Direcção

Caro Associado,

Temos referido, em anteriores newsletters, que a aposta da actual Direcção da APCADEC tem sido no fomento de áreas em que a APCADEC não está tão presente, com especial destaque para a área de formação e de certificação.

É com prazer que podemos começar a partilhar convosco alguns resultados deste nosso trabalho, de que o início do processo de certificação em compras, para empresas, é um exemplo. Como poderão ler no artigo abaixo, a APCADEC candidatou-se e foi nomeada como Organismo Gestor de Comissão Técnica para a transposição das normas CWA-15896/1 e CWA-15896/2, definidas pelo Comité Europeu de Normalização, para o normativo nacional permitindo que, de futuro, as empresas em Portugal se possam certificar por ambas as normas.

Adicionalmente, a APCADEC está a desenvolver um trabalho de fundo para a certificação de profissionais de compras em Portugal, tendo, para o efeito, sido criado um Conselho Pedagógico que está a definir o modelo a conteúdo base da referida certificação, em linha com as exigências de qualidade das empresas, as ofertas formativas actuais e os requisitos de enquadramento no Global Standard do IFPSM. Ambos os projectos estão a entrar em fase final de definição e esperamos poder apresentar mais detalhes numa próxima newsletter.

Como de costume nas anteriores newsletters, contamos com um artigo de um dos nossos associados e profissional de compras de uma grande empresa internacional.

Esperamos que gostem da leitura!

Novos Sócios

Gostaríamos de dar as boas-vindas a dois novos associados da APCADEC:
- Media Capital
- Optimus

Partilha de Conhecimento

ORGANIZAÇÕES DE COMPRAS POR CATEGORIAS

A área de Compras (também conhecida como Procurement nas organizações anglo-saxónicas e multinacionais), tem vindo a crescer a sua importância dentro da maioria das organizações. Este crescimento não tem sido linear, mas antes exponencial e em particular nos últimos anos, onde a procura incessante de reduções de custo nas organizações tem sido uma preocupação e uma constantecom vista à rentabilização das empresas.
Se no início era importante cumprir com os processos de compras, mais numa óptica administrativa, passámos por um período onde as Compras iniciam e são responsáveis pelos processos de negociação,originalmente nas áreas mais críticas das empresas e gradualmentecomeçando a abranger todas as áreas de aquisições das empresas.
Assim, com esta evolução, tornou-se importante especializar os compradores de acordo com tipologias de compra. Estas tipologias podem ter diferentes alinhamentos;

  • 1. Com o mercado onde a empresa está inserida, i.e. onde a empresa actua com o seu negócio principal; (exemplos: Padaria, Pastelaria, Bolos, Bolachas)
  • 2. Com o modo de funcionamento da empresa ou as suas linhas de negócio; (exemplos: Manutenção, Instalação, Gestão)
  • 3. Com a tipologia dos fornecedores, i.e. de acordo com as especialidades de fornecimento da parte do fornecedor;(exemplos: Economato, Segurança, Cabos, Informática)
  • 4. E finalmente de acordo o tipo de compra, se indirecta, se directa (venda a clientes), investimento ou gasto.
    Embora estas tipologias se possam misturar, não é aconselhável devido à indefinição que pode ocorrer aquando se trate de uma categoria onde exista sobreposição de critérios.

Na Nokia Siemens Networks a organização funciona como um cubo.
Num eixo temos as organizações locais, regionais e globais, por outro, as compras directas e indirectas e no último eixo, as categorias de compras de acordo com as tipologias de mercado e de fornecedores.
Desta forma poderemos ter gestores de compra locais e regionais e ainda globais para a mesma categoria e de acordo com a importância e valor acrescentado da mesma. E ainda, a divisão das Compras em 3 áreas, compras directas, indirectas e componentes. Dentro destas existem então as várias categorias de compra.

Esta visão cúbica permite uma maior segregação de funções, embora retire alguma responsabilidade individual do processo, na medida em que para o mesmo processo ou projecto são envolvidos vários interlocutores.

Não sendo uma organização fácil de gerir, pretende-se que a mesma compra como acto isolado ou tipologia tenha uma multiplicidade de visões, para que exista uma optimização plena do processo e da compra. Sem dúvida que uma organização assim exige uma grande comunicação, entendimento e uma clareza de processos para que tudo funcione da melhor forma e a área de Compras não seja vista como um obstáculo ou um contratempo, mas como um valor acrescentado.

Este valor acrescentado resulta de dois vectores;

  • Um vector comercial, onde a capacidade de negociação e de comunicação é crítica,
  • E um segundo vector, um vector técnico, onde a competência técnica é determinante e ou potencia melhores acordos.

Em alguns casos podem existir sobreposições de nomenclatura, ou de avaliação, que facilmente são solucionadas de acordo com o volume de compras da maior categoria. A título de exemplo, quando se compra um computador, poderemos estar a colocar em compras directas, se se trata de um equipamento que vai ser posteriormente facturado a um cliente, em compras indirectas, caso se trate da compra para um funcionário, ou de uma compra que faz parte de uma solução de um equipamento de maior complexidade. Nestes casos onde pode existir ambiguidade de critérios ou de avaliações, permanece a categoria com maior volume, para que se possam gerar maiores sinergias.

Na Nokia Siemens Networks, a gestão de categorias funciona de acordo com um processo pré-estabelecido, que tem diferentes origens de acordo com um dos eixos da tipologia de compra.

Caso se trate de uma compra directa para projecto, os gestores de compra locais actuam como pontos de contacto e de sincronização de todo o processo de compra. Eles dividem o projecto de acordo com as suas categorias, especialidades e trabalham com as diferentes áreas da empresa, quer a nível de compra, quer de gestão de contrato, quer de serviços, quer de vendas ou outra. Caso se trate de uma compra indirecta, os gestores de categoria locais actuam como pontos de contacto e de sincronização com as áreas indirectas de compra da empresa, bem como com as áreas internas da empresa.
Caso se trate de uma compra de um componente, os gestores de categoria de componentes actuam junto das fábricas e dos fornecedores com vista à negociação e ao fornecimento dos componentes e equipamentos necessários.

Desta forma consegue-se um fluxo contínuo do processo de compra desde a sua origem.

Para que exista ainda uma maior optimização de compras, existem os gestores de categoria regionais e globais, de acordo com mercado e de acordo com o volume de compras e com as oportunidades, que analisam as compras e propõem novos acordos com fornecedores regionais ou globais que possam trazer maior valor acrescentado à cadeia de compra, tornando assim todo o processo de compra como um acto contínuo de optimização.

Pedro Graça Pereira
Head of Procurement, South Europe
Nokia Siemens Networks

Certificação das Organizações de Compras

No seguimento do que tem sido anunciado pela Direcção, a APCADEC pôs em andamento um conjunto de iniciativas no sentido de se criarem as condições para que as Organizações de Compras se possam certificar com base nos requisitos dos documentos normativos desenvolvidos pelo CEN (Comité Europeu de Normalização), respectivamente:

  • CWA-15896/1: Value Added Purchasing Management – part 1: General Criteria;
  • CWA-15896/2: Value Added Purchasing Management – part 2: Accredited Structure and Process for certification bodies.

Dado que estes documentos não têm o estatuto de normas nacionais, para poderem ser usados em certificação, a APCADEC tomou as necessárias iniciativas junto do IPQ (Instituto Português da Qualidade) para que os mesmos possam ser transpostos para o acervo normativo português, à semelhança do que já foi feito em muitos países europeus.

Assim e na ausência de qualquer Comissão Técnica ou Organismo de Normalização Sectorial no âmbito das Compras e Aprovisionamentos, a nível nacional, a APCADEC candidatou-se e foi já reconhecida pelo IPQ como OGCT (Organismo Gestor de Comissão Técnica), com a missão imediata de coordenar a Comissão Técnica Ad-hoc criada para o efeito, a qual tem a seguinte designação formal: CTA 30 – Gestão de Compras e Aprovisionamento.

Nesta fase, estamos a cumprir os procedimentos processuais para dar início aos trabalhos da CTA-30, que irá fazer o estudo e adaptação dos referidos CWA’s, com vista a dispormos, em futuro próximo, de normas portuguesas, que sejam referências estruturantes para muitas Organizações de Compras.
Dos desenvolvimentos e avanços deste processo bem como das etapas mais significativas que forem sendo alcançadas, daremos a devida informação.

Ler artigo do IPQ »

Evento Porto

No dia 27 de Maio foi realizado mais um evento APCADEC no Porto, em parceria com a Câmara Municipal do Porto e com a Achilles.
Há vários anos que a APCADEC não realizava nenhum evento no Norte do país e esta foi uma oportunidade de juntar os profissioinais de compras das empresas locais.

O evento contou com a participação de um conjunto de oradores:

  • Dr. Luis F. Jorge, Business Manager da Achilles South Europe SLU;
  • Dr. Fernando Martins, Chefe de Compras da C. M. Porto;
  • Eng. Jorge Manuel da Silva Pinto, Director de Sourcing da Corticeira Amorim, SGPS, SA;
  • Dra. Paula Trindade, do LNEG;
  • Dr. Adelino Miranda, Director de Controlo de Custos da Sonae MC;
  • Dr. Rui Osório, Administrador Executivo do Grupo Cabelte.

O encerramento ficou a cargo do Presidente da APCADEC, Engº. Eduardo Branco.



5º Workshop Gestão Estratégica de Compras

A APCADEC associou-se, mais uma vez à UNAVE para a realização do 5º Workshop de Gestão Estratégica de Compras.

O evento realizou-se no dia 13 de Novembro, no Anfiteatro da Reitoria da Universidade de Aveiro.

O workshop contou com a presença de um leque muito interessante de oradores de empresas tão variadas como a EDP, EFACEC, McDonald’s entre outras.



 

APCADEC – Associação Portuguesa de Compras e Aprovisionamento
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E-mail: mail@apcadec.org.pt | Website: www.apcadec.org.pt

 

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