Qual a negociação que mais aprendizagem lhe trouxe?PC:
Houve vários processos que me trouxeram grandes aprendizagens, pelo que me é difícil destacar um. Opto por falar de 3, por motivos diferentes. O que mais a fascina na área de compras?PC: Muita coisa! Após estes anos de experiência o que teria feito de diferente na sua primeira negociação?PC: A minha primeira negociação aconteceu por acaso, num projecto onde participei enquanto estava na área de Marketing, antes de iniciar o meu percurso nesta área de Procurement. Por que aconteceu por acaso, teve, certamente, muitos aspectos que hoje teria feito diferente tais como: uma melhor definição dos requisitos, a consulta a um número superior de potenciais parceiros, uma melhor negociação das condições financeiras... A área de Procurement estratégico obriga-nos a um crescimento permanente não só do ponto de vista técnico, mas sobretudo, comportamental Quem já negociou consigo, como a descreveria?PC: Esta é uma pergunta a que só poderão responder as pessoas que já negociaram comigo. Quem é a sua referência na área?PC: Eu tive o privilégio de, ao longo da minha vida profissional e até pessoal, me ter cruzado com negociadores verdadeiramente extraordinários! Pessoas que me ensinaram muito! Seria injusto destacar um deles. Que livro está a ler no momento?PC: Neste momento estou, não a ler, mas a reler, o livro "Negotiation Genius – How to overcome Obstacles and Achieve Brilliant Results at the Bargaining Table and Beyond" dos autores Deepak Malhotra e Max Bazerman. Este é um excelente livro sobre técnicas de negociação ao qual recorro quando tenho, como agora, que preparar pequenos workshops que faço sobre a temática. |
O que mais a fascina na área de compras?PR: O contacto com as pessoas. É uma área que me permite estar em permanente contacto com os vários stakeholders: fornecedor, clientes, outros profissionais de compras; A ausência de rotinas também me agrada…. Não há dias iguais; Mas sobretudo, o que realmente me motiva e inspira nesta área/profissão é o facto de poder fazer parte do crescimento de uma organização, quer seja nos processos, nas ferramentas ou nos resultados integrando uma área tão crucial para o sucesso de uma empresa, como é área das Compras. Ninguém consegue vender bem se já comprou mal. Temos uma grande responsabilidade nas mãos. Qual a negociação que mais aprendizagem lhe trouxe?PR: Não consigo apontar apenas uma. Em todas as negociações aprendo algo novo e trago resultados diferentes pelo que, em termos de enriquecimento pessoal e profissional, todas as negociações são um plus. A postura perante a negociação das duas partes numa mesa de negociação é determinante no resultado que se obtém Quem é a sua referência na área?PR: É curiosa essa pergunta. Nunca pensei muito nisso. Para ser completamente sincera eu não tenho uma referência. Eu vejo uma referência como uma norma, alguém que sirva de "exemplo a seguir" de "modelo a adoptar" e isso confesso que não tenho. Existem pessoas com quem me cruzei nestes 20 anos de compras, por quem tenho profundo respeito e admiração mas sobretudo pelo percurso profissional ou de vida que essa pessoa teve ou tem. Na área das Compras e Procurement inclusivamente. A admiração vai sempre pelo desenvolvimento que fez numa determinada organização e/ou pelo posicionamento que conseguiu alcançar sobretudo nesta área, das Compras, que foi durante muito tempo tão pouco valorizada. Quem já negociou consigo, como a descreveria?PR: Depende do resultado da negociação. (risos) Fora de brincadeira, costumam dizer-me que sou dura, assertiva mas conciliadora. É muito bom ver a evolução de parte a parte quando nos voltamos a cruzar, numa segunda ou terceira negociação, os contextos são os mesmos efetivamente, mas as organizações e as posturas são naturalmente diferentes. E essa diferença, por norma é para melhor. A postura perante a negociação das duas partes numa mesa de negociação é determinante no resultado que se obtém. Ou queremos chegar a um entendimento ou não, ou é diferenciador e uma mais-valia ou não. Após estes anos de experiência o que teria feito de diferente na sua primeira negociação?PR: Sem sombra de dúvida que a preparação. Teria preparado a negociação de outra forma. Com os anos de experiência começamos a ver a importância que a preparação, a estratégia e a informação que temos da outra parte têm no resultado que se pretende alcançar. Que livro está a ler no momento?PR: Eu leio sempre dois livros ao mesmo tempo. Dependendo do estado de espírito em que me encontro, leio um ou outro. Neste momento estou a ler o "Pipeline de liderança: O desenvolvimento de líderes como diferencial competitivo" do Ram Charan, Stephen Drotter, James Noel e o livro de memórias da Michelle Obama "Becoming". |