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Nuno Semião
Membro da Direção APCADEC

O exponencial desenvolvimento da inteligência artificial e de tecnologias cognitivas estão a mudar por completo os limites do que é possível atingir nas áreas de Compras e Procurement.

As organizações e os CPO’s (Chief Purchase Officers) para tirarem todas as vantagens desta nova realidade e continuarem a ter posições de destaque, serão obrigados cada vez mais a reagir rapidamente e reorientar o seu foco para a gestão de fornecedores.

O foco tradicional dos CPO’s na redução custos (para a qual contribui significativamente a pressão exercida pelos shareholders) acaba por negligenciar o desenvolvimento de uma cultura de gestão de fornecedores. Chegou-se ao ponto, em que a pressão exercida sobre os fornecedores para reduzir custos era insustentável. Nos últimos anos, existem já casos significativos que provam que investir numa melhor relação com os fornecedores é a chave para que as áreas de compras/procurement consigam aportar para as suas organizações inovação e aumento de capacidades que geram valor acrescentado.

os CPO’s passarão a ter mais tempo para a gestão de fornecedores, concentrando-se na sua avaliação e em programas de colaboração e inovação

Com todos os avanços tecnológicos actuais e a inteligência artificial, um conjunto significativo de tarefas operacionais serão automatizadas para além de actividades mais estratégicas como a própria negociação ou o sourcing. Chegaremos (se não chegamos já) a um ponto onde a tecnologia fará essas funções de uma forma muito mais eficiente e segura. Naturalmente que os CPO’s passarão a ter mais tempo para a gestão de fornecedores, concentrando-se na sua avaliação e em programas de colaboração e inovação.

Adicionalmente, as equipas de compras contarão cada vez mais com ferramentas que lhe permitam executar os processos de procurement de forma mais rápida, fácil e sobretudo em conformidade com os padrões de conduta e éticos que devem ser assegurados. Naturalmente que esta automação poderá, em alguns casos, levar a que seja questionada a necessidade de ter equipas de compras dedicadas e em grande número. Mas é também por isso que é vital que este papel de gestão de fornecedores fique sob responsabilidade da Função Compras nas organizações.

As Equipas de Compras terão de trabalhar em conjunto e lado a lado com os seus fornecedores para que ambos possam ser mais rentáveis e acrescentarem valor à sua relação num pressuposto de longo prazo. A Gestão de Fornecedores será o garante da geração e promoção da inovação, alavancadas em parcerias e colaborações estratégicas. Estas relações constituirão um importante diferencial competitivo.

Quais os Skills que as Equipas de Compras precisam de desenvolver?

é no lado humano, que deverá residir grande parte da atenção dos CPO’s

Tendo em mente o exposto, os CPO’s terão de avaliar se as suas equipas têm os “skills” certos para a Gestão de Fornecedores, verificar como a equipa interage com os seus fornecedores e avaliar o que falta. Os futuros profissionais de compras deverão procurar desenvolver “skills” como liderança, a gestão de mudança e a criatividade. Estas competências não estão, indiscutivelmente, entre aquelas que primeiramente são avaliadas nos compradores.

Num ambiente onde a tecnologia estará sempre presente, é ainda mais importante dominar essas competências, pois manter a satisfação dos clientes e relações de grande valor acrescentado, dependerão do lado humano na gestão de fornecedores.



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